Debate 7º Cine Pitching

Dilemas e diálogos do Cinema com a Inteligência Artificial
Ameaça ou colaboração criativa?

A criatividade sempre foi considerada uma característica exclusivamente humana, nosso diferencial em relação às máquinas e ferramentas tecnológicas. Não é mais.
Diante das demandas e políticas de mercado cada vez mais agressivas de grandes plataformas e produtoras de conteúdos audiovisuais, profissionais de cinema e audiovisual têm sido desvalorizados e seu trabalho precarizado. No caso dos roteiristas, paira a ameaça desses profissionais serem substituídos por programas de inteligência artificial como o ChatGPT.  
Porém, é impossível ignorar que novas linguagens têm surgido em função de tecnologias vinculadas à inteligência artificial, gerando poéticas audiovisuais inéditas. Descortina-se assim um vasto e desconhecido território de produção de imagens e narrativas diante de nós.
Como lidar com os impactos dessas transformações sobre os processos criativos na área do cinema e do audiovisual? Qual o futuro do cinema e seus profissionais nesse cenário?

Debatedores

Marta Nehring

Marta Nehring é mestre em Teoria Literária (USP), doutora em cinema (USP) e professora de narrativa audiovisual e roteiro em instituições como UNICAMP, Sesc-SP, AIC e FAAP. Roteirista, diretora e pesquisadora do audiovisual, organizou neste ano de 2023, para a Associação Brasileira de Autores Roteiristas – ABRA, a mesa “Inteligência Artificial e narrativa em debate” e, a convite do Rio2c, a mesa “Inteligência artificial no audiovisual: ferramenta de trabalho ou ameaça para os criadores?”.  No blog Forum 21, publicou o artigo “o estelionato da I.A.” 

Seu curta de estreia 15 Filhos, co-direção com Maria Oliveira, ganhou o prêmio de “Melhor Vídeo” nos festivais RioCine (1996), Cine Ceará (1997) e Festival de cinema de Curitiba (1998), também participou de festivais internacionais como Rotterdam (1998) e Oberhausen (1998), compondo o acervo VideoBrasil desde 2011. Roteirista do documentário longa-metragem Eu, eu, eu, José Lewgoy, lançado em circuito comercial em 2011, venceu o prêmio de “Melhor roteiro” no FestCine Goiânia (2009) e participou do Festival de Cinema de Paulínia (2008) e da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. É co-roteirista do longa Tudo o que aprendemos juntos, vencedor do Prêmio do Júri na 39ª Mostra de Cinema de São Paulo (2016). Além das obras premiadas, dirigiu e roteirizou curtas, médias e séries documentais contempladas por editais e exibidas na TV aberta e canais a cabo, como a série Mil Dias (argumento e roteiro), produzida pela Cinegroup para o History Channel e indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2019 como “Melhor série documental brasileira”. Em Teledramaturgia, colaborou no time de escritores das novelas Ti-ti-ti  (2010/2011) Sangue Bom (2013) e A Lei do Amor (2016/2017) exibidas pela TV Globo. 

Fernanda Pessoa

Fernanda Pessoa é uma cineasta e artista visual brasileira, que trabalha principalmente com documentário e cinema experimental. Doutoranda na ECA/USP com pesquisa sobre o cinema experimental feito por mulheres na América Latina, mestre em Audiovisual na Sorbonne Nouvelle, sob orientação de Philippe Dubois. Em 2017, lançou seu primeiro longa-metragem documental “Histórias que nosso cinema (não) contava” exibido e premiado em diversos festivais internacionais. Seu segundo longa documental “Zona Árida” recebeu Menção Honrosa no Dok Leipzig. Participou da Berlinale Talents 2019. Seus trabalhos passaram em festivais como IDFA, RIDM, DOC NYC, DocLisboa, Festival du Nouveau Cinéma, Oberhausen, Cinélatino Toulouse, É Tudo Verdade, Mostra de Tiradentes, Festival de Brasília, e em instituições como BIENALSUR, REDCAT/CalArts, IMS – Instituto Moreira Salles, MIS-SP, Paço das Artes, entre outros. Seu terceiro documentário “Vai e Vem”, dirigido com Chica Barbosa, participou da competição internacional do Sheffield Doc/Fest e foi o filme de abertura do Olhar de Cinema IFF.

Cao Hamburguer

“O ano em que meus pais saíram de férias”, seu segundo longa metragem, esteve na Seleção Oficial do Festival de Cinema de Berlim em 2007 e foi short list na corrida pelo Oscar de Filme Estrangeiro como representante brasileiro. Vendido para mais de 20 países, conquistou prêmios nacionais e internacionais.
 “Xingu”, seu terceiro filme, foi premiado no Brasil e no exterior e transformado em minissérie na Rede Globo.
Ganhou duas vezes o Emmy International Award de melhor série, com “Pedro e Bianca” (TV Cultura) e “Malhação – Viva a diferença” (TV Globo) como melhores séries.

A série “Filhos do Carnaval” (HBO) também foi indicada ao Emmy International Award e é considerada uma das melhores séries da televisão brasileira.
Co-criou e dirigiu a aclamada série de televisão “Castelo Rá-Tim-Bum” (1995), premiada mundialmente e considerada a melhor série brasileira infantil.
Criou, escreveu e produziu outras séries de sucesso como As Five (Globoplay) , TV CRUJ (Disney/SBT), Que Monstro te Mordeu (Discovery Kids) Urbanoides (TV Cultura), entre outras.
Dirigiu os documentários Mãos de Urso (ESPN), Flavio Império em tempoTietê
Foi diretor criativo da cerimônia de passagem da bandeira nas Olimpíadas de 2012 em Londres.

Lucas Bambozzi

Artista multimídia e pesquisador em novos meios. Produz vídeos, instalações, performances audiovisuais e projetos interativos, tendo trabalhos exibidos em mais de 40 países. Conduziu atividades pioneiras ligadas a arte na Internet no Brasil entre 1995 e 1999 na Casa das Rosas. Foi curador e coordenador de eventos como Sónar SP (2004), Life Goes Mobile (Nokia Trends 2004 e 2005) e Motomix 2006, Red Bull House of Art (2009) e Lugar Disssonante (2010), tendo atuado também em eventos coletivos como Mídia Tática Brasil (2004), Digitofagia (2005) e Naborda (2012). Foi artista residente no CAiiA-STAR Centre/i-DAT (Planetary Collegium) e concluiu seu MPhil na Universidade de Plymouth na Inglaterra com a tese Public Spaces and Pervasive Systems, a Critical Practice. É doutor em Ciências pela FAU-USP com a pesquisa Do Invisível ao Redor: Arte e Espaço Informacional, envolvendo a emergência de campos eletromagnéticos em espaço públicos.

Como artista dedica-se à exploração crítica de novos formatos de mídia independente. Em 2010 foi premiado no Ars Eletronica em Linz/Austria com o projeto Mobile Crash e em 2011 teve uma retrospectiva de seus trabalhos no Laboratório Arte Alameda, na Cidade do México. Em 2012 participou das exposições Tecnofagia (Instituto Tomie Ohtake, SP) e da Bienal Zero1 (San Jose, EUA) com trabalhos comissionados pelos organizadores. Entre 2013 e 2014 participa da Bienal de Artes Mediales no Chile, Bienal de La Imagen en Movimiento (BIM) em Buenos Aires, Gambiólogos 2.0 no Oi Futuro, BH, Singularidades, no Itaú Cultural em SP e WRO Media Art Biennale, em Wroclaw na Polônia. É criador e coordenador do Festival arte.mov – Arte em Mídias Móveis (2006-2012) e do Labmovel, um veículo criado para atividades laboratoriais e artísticas em espaços públicos (2012) que recebeu em 2013 menção honrosa no Prixars, do Ars Electronica. É um dos idealizadores e curadores do Multitude, um evento de arte contemporânea que tem como ponto de confluência o embate com o termo multidão. Fez a curadoria do projeto Visualismo (MAR Museu de Arte do Rio e Parque Lage, 2015), foi cocurador do projeto AVXLab (2917-2021), do Festival Cidade Eletronika (BH, 2018) e do projeto Prenúncios e Catástrofes (2018, Sesc Pompeia). São uma constante em seus trabalhos recentes as questões relacionadas ao conceito de espaço informacional e as particularidades de uma arte produzida a partir das mobilidades e imobilidades do contexto urbano. Seu ultimo filme, Lavra (2021) estreou em 11 salas de cinemas no segundo semestre de 2022. É professor na FAAP nos cursos de artes visuais e na pós-graduação em arte contemporânea e cinema expandido.

Paola Prestes

Mediadora

Cineasta documentarista, roteirista e dramaturga de São Paulo. Com formação em artes visuais e cinema, tem doutorado em Cinema pela ECA-USP. À frente da Serena Filmes, dirigiu e produziu os documentários de longa-metragem, Flávio Rangel – O teatro na palma da mão (2009) e Massao Ohno – Poesia presente (2015), além de curtas experimentais e vídeos para instituições culturais e agências de comunicação. Foi roteirista da Rede Globo e professora visitante de cinema documentário nos cursos de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas e da Fundação Armando Alvares Penteado, além de ter dado oficinas e palestras no SESC, SENAC e no MIS de São Paulo. Integra hoje a diretoria da APACI (Associação Paulista de Cineastas), onde atua em prol de políticas públicas para o audiovisual e cinema independente, e foi cocuradora da mostra Apacine Bijou. Estreou como dramaturga com o Grupo TAPA, sendo indicada para o Prêmio Shell 2023 de Melhor Dramaturgia pelo texto Bata antes de entrar. Seu segundo texto dramático, Sábias palavras de um chihuahua foi lançado em julho de 2023.

31/08 às 16h30

Cinemateca Brasileira, Sala Oscarito

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